O
câncer é uma das doenças mais importantes que afeta a população humana, devido
à alta freqüência de ocorrência na medicina, podendo ser fatal, mesmo com
tratamento. O câncer é um distúrbio genético no qual o controle da proliferação
celular está perdido. O mecanismo básico em todos os cânceres é a mutação, seja
na linhagem germinativa ou, com muita mais freqüência, nas células somáticas
(THOMPSON & THOMPSON, 2001).
Um grande número de teorias foi proposto
para explicar o câncer, hoje reconhecemos que a maioria, senão todas surgem por
defeitos no DNA. Quanto maior a alteração no DNA, mais a mutação afeta seus
portadores, e maior será a probabilidade de desenvolvimento de câncer. Muitas
trocas mutacionais serão para pior e terão coeficientes negativos (RIDLEY,
2006).
Em resposta a um conjunto complexo de
sinais internos e externos, células normais
crescem, se dividem, amadurecem e morrem. Células normais recebem sinais
estimulatórios como inibidores, e seu crescimento e divisão são regulados por
um equilibrio. Nas células cancerosas os sinais são pertubados, oque faz com
que uma célula prolifere a uma taxa anorrmalmente alta. A medida que perdem sua
resposta aos controles normais, as células cancerosas gradualmente perdem sua
forma regular e limites, dando origem a uma massa distinta de células anormais (PIERCE, 2004).
Esse controle genético é exercido por duas
classes de genes especificos, os proto-congenes, que controlam o crescimento
celular e a diferenciação do organismo, podendo inclusive transformar-se em
oncogenes, que são genes dominantes no nível que codifica proteína estimuladora
do crescimento. E os anticongenes ou genes de supressão tumoral que regulam o
crescimento anormal, inibindo-o. Alterações nessas duas classes de genes
explicam a proliferação desordenada vista nos cânceres humanos (BORGES M. R. & ROBINSON W. M. 2011).
O câncer não é uma doença única, mas
sim um nome para descrever as formas mais virulentas de neoplasia, um processo
de doença caracterizada por uma proliferação celular desordenada, que leva a
uma massa ou tumor. Para um neoplasma ser um câncer, entretanto, ele tem que
adicionalmente ser maligno, o que significa que seu crescimento não é mais
controlado e o tumor é capaz de invadir os tecidos vizinho ou se espalhar para
sítios mais distantes, ou ambos. Existem três formas principais de câncer, os
sarcomas nos quais o tumor surgiu em tecidos mesenquimal, os carcinoma que se
originam no tecido epitelial, e as hematopoéticas e linfóides que se espalham
pela medula óssea, pelo sistema linfático e pelo sangue (THOMPSON &
THOMPSON, 2001).
Os cânceres
podem ser hereditários, alguns tipos especificos tedem a ocorrer em família. O
retinoblastoma por exemplo, é um câncer infantil raro da retina, aparece com alta frequência em algumas famílias e é
herdado como uma caracteristica autossômica dominante, oque sugere um único
gene responsável pela doença, porém apenas 20% dos casos de câncer são
genéticamente herdados, enquanto a grande maioria 80% ocorre devido influência
ambiental. (BORGES M. R. & ROBINSON W. M.
2011).
O Câncer é uma doença
genética. As mutações em vários genes são geralmente necessárias para produzir
câncer. Se uma dessas mutações é herdada, menos mutações somaticas são
necessarias para que o câncer se desenvolva, e a pessoa pode ter uma
predisposição ao câncer. Embora o Câncer seja fundamentalmente uma doença
genética, a maioria dos cânceres não é herdada, a maioria dos canceres e
influênciado por fatores ambientais ou fatores de risco (PIERCE, 2004).
O desenvolvimento de células cancerígenas
pode ocorrer tanto por fatores hereditários quanto ambientais. O câncer é uma
doença genética, mas não há contradição em considerar o papel do ambiente na
carcinogênese. Os agentes ambientais podem ser químicos, físicos e biológicos.
Atuam como mutágenos que causam mutações somáticas que por sua vez, são
responsáveis pela carcinogênese. (THOMPSON & THOMPSON, 2001).
O termo “risco” refere-se à probabilidade
de um evento indesejado ocorrer, utilizado para definir a probabilidade de que
indivíduos sem certa doença, mas expostos a determinados fatores, adquiram esta
moléstia. Constituem-se em fatores de risco de natureza ambiental o Tabagismo,
os Hábitos Alimentares, a Radiação, o Alcoolismo, Medicamentos, Hábitos Sexuais
e fatores Ocupacionais.
Entende-se por ambiente o meio em geral,
o ambiente ocupacional, o ambiente de consumo, e o ambiente social e cultural. Conhecer o perfil epidemiológico dessa doença
em uma determinada região é fundamental para futuras implantações de centro de
prevenção e tratamento dos casos de câncer, bem como apontar possíveis fatores
de risco relacionados à
ocorrência de novos casos. Vigilância
epidemiológica é o conjunto de atividades que proporciona as ações para
conhecer, detectar ou prever qualquer mudança que possa ocorrer nos fatores
condicionantes nos processos saúde-doença com finalidade de reconhecer as
medidas indicadas que levem a prevenção e controle das doenças. Entendemos a
saúde e a doença como processos tanto individuais como coletivos, que se
desenvolvem dentro de um núcleo biológico afetado pelos processos sociais, que
por sua vez são dimensões da realidade com passado e futuro. (QUEVEDO, 1990).
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