TEXTO SINTETIZADO
Elementos
(revista trimestral)
Elementos No.41, Vol. 8, Março-Maio 2001
Elementos
(revista trimestral)
Elementos No.41, Vol. 8, Março-Maio 2001
Raúl Contreras Medina.
Isolda Luna Vega.
Juan J. Morrone.
As
mudanças nos métodos são as mais poderosas armas do progresso. Encontrar um
novo fato pode ser muito importante para a ciência, mas para desenvolver um
novo método para interpretar acontecimentos mundiais do passado, presente e
pelo menos em parte o futuro é ainda mais importante. As vantagens de um novo método
são afirmadas com base na sua eficiência. Nunca houve um caso na história da
ciência em que um método mais eficiente foi trocado por um menos eficiente (LEÓN
CROIZAT, 1964: VII).
A
Biogeografia é a disciplina que estuda a distribuição dos seres vivos, tanto no
tempo como no espaço, considerando também os processos que deram origem a esta distribuição.
Basicamente, esta disciplina apresenta duas vertentes: a biogeografia histórica
e biogeografia ecológica (Morrone et al., 1996).
Dentro da
biogeografia histórica existem três abordagens contemporâneas para explicar a
distribuição dos seres vivos, ou seja, a dispersão, a Panbiogeografía e a biogeografia
cladística. Destas a mais antiga é a biogeografia dispersalista, que é
considerada oriunda das idéias de Darwin e Wallace em meados do século XIX
(Morrone e Crisci, 1992). Esta abordagem trabalha com táxons individuais, o que
significa que os organismos é que se dispersam em uma geografia estável. Em reação à
biogeografia dispersalista em meados do século XX surge a Panbiogeografía, que
foi originalmente proposta por Leon Croizat (1958). Ele enfatizou a análise
conjunta de diferentes espécies para procurar padrões comuns de distribuição,
para evitar a análise de um único táxon como era tradicional. Isto porque
organismos com diferentes capacidades de dispersão podem partilhar semelhanças
em suas distribuições, qualquer distribuição de plantas em uma forma ou de
outra tem sua contrapartida em animais (Craw et al., 1999). A partir da
combinação de Panbiogeografía com a sistemática filogenética de Willi Hennig,
surge a biogeografia cladística nos anos setenta (Espinosa e Llorente, 1993,
Morrone et al., 1996). Apesar das diferenças entre as abordagens conceituais e
metodológicas para a biogeografia dispersalista e Panbiogeografía, por vezes
confundindo alguns de seus termos. Nosso objetivo é diferenciar e discutir
alguns conceitos de ambas as escolas a partir de nossas experiências docentes
com alunos dos cursos de biogeografia.
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