No
dia 20 de fevereiro de 2012 foram iniciados estudos de detalhe na caverna
intitulada “Casa de Pedra” no município de Palmital, Paraná. Esses estudos
buscam comprovar cientificamente que a caverna se trata de um tubo lávico de
mais de 100 milhões de anos. No país ainda não haviam sido identificados tubos
lávicos como esse, o que o torna uma evidência científica de suma importância
para que seja compreendido como ocorreram os derrames de lavas da Formação
Serra Geral.
Os
estudos se concentram na classificação química das rochas, nas estruturas
internas e na morfologia da caverna. A geomorfologia da região também está
sendo destacada nas pesquisas, uma vez que ela também pode revelar dados
importantes sobre o magmatismo ocorrido.
As
pesquisas no local não se limitam somente ao estudo petrográfico da caverna,
mas também ao estudo das formas de vida que habitam seu interior. O
levantamento faunístico está sendo feito pelo estudante de biologia André Michalezyszyn,
que busca com seus estudos levantar quais formas de vida se utilizam da caverna
para sobreviverem, bem como o estudo florístico do seu entorno e
inter-relações.
Esses estudos trazem avanços culturais, científicos
e ambientais para o município de Palmital e região, contribuindo para o conhecimento da composição da estrutura geológica, assim
como ressalta a importância de sua conservação definindo o local como área de
proteção permanente. Para isso é necessária ética profissional da equipe científica
envolvida e da comunidade que acompanha os avanços. Principalmente o respeito
vindo da população em relação às visitas de turismo na Fazenda do Sr. Basilio
Burei.
De acordo com Lucia Burei, filha e proprietária da Fazenda Casa de
Pedra, após a divulgação do “tubo lávico” feita pela mídia, à fazenda têm sido
rota de turismo. Lucia mencionou, “Nos últimos dias muitas pessoas vieram até a
fazenda para visitar a caverna das reportagens, as visitas de turismo
desrespeitam a privacidade e autoridade dos proprietários da fazenda”.
Por se
tratar de uma área particular, os proprietários devem ser consultados com
antecedência quanto ao interesse para visitar a caverna.
A área divulgada
encontra-se cercada e com passagem proibida, com o intuito de evitar a entrada
de pessoas desconhecidas que possam vir a depredar o ambiente comprometendo as
diversas atividades realizadas na fazenda e no local da pesquisa.
Na última
visita realizada ao local foi constatado que algumas pessoas têm praticado atos
de vandalismo na formação. Lixo (latas de bebida e pacotes plásticos) e nomes
de pessoas foram gravados nas rochas recentemente, isso demonstra a má conduta
por parte dos visitantes.
A
entrada de pessoas alheias à equipe de pesquisas compromete a integridade do
local e os dados e evidências para o estudo da formação geológica. Além disso,
a área é de risco podendo ocorrer um evento indesejado as pessoas que
desconhecem os procedimentos de segurança para a interpretação do local.
O
teto da caverna é irregular, evidenciando que eventualmente um bloco de rocha
pode se soltar. Existem animais peçonhentos no interior e entorno da caverna
sendo um risco de vida aos despreparados. Existem morcegos no interior da caverna,
o que torna possível a contaminação com o vírus da
raiva e outras doenças, entre outros fatores de risco para aqueles que se
ariscam nesses locais com o mínimo de conhecimento e equipamentos.
A
Prefeitura de Palmital firmou convênio com a Universidade Estadual do Centro
Oeste (UNICENTRO), a fim de garantir que a região seja explorada
cientificamente pelos alunos e profissionais da Universidade e da região.
Portanto apenas os membros da equipe de pesquisa tem acesso ao local e
permissão para pesquisar a área. Qualquer outra pessoa que viole a autoridade
dos proprietários da fazenda e as cláusulas do contrato de pesquisa com a Universidade,
será advertido e punido legalmente.
Por:
André Michalezyszyn
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