Lei da conservação da massa (Lei de LEVOISIER)

"Na natureza nada se cria, nada se destrói, tudo se transforma" ANTOINE LAURENT LAVOISIER (1743 - 1794)

A expressão que o Sr. Herbert Spencer emprega "a persistência do mais apto", é a mais exata e algumas vezes mais cômoda. A Origem das Espécies - Charles Darwin ( 1809 - 1882)

“Nada em biologia faz sentido senão sob a luz da evolução”. Theodosius Dobzhansky (1900- 1975)

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Influência antrópica compromete estudo na caverna


No dia 20 de fevereiro de 2012 foram iniciados estudos de detalhe na caverna intitulada “Casa de Pedra” no município de Palmital, Paraná. Esses estudos buscam comprovar cientificamente que a caverna se trata de um tubo lávico de mais de 100 milhões de anos. No país ainda não haviam sido identificados tubos lávicos como esse, o que o torna uma evidência científica de suma importância para que seja compreendido como ocorreram os derrames de lavas da Formação Serra Geral.
Os estudos se concentram na classificação química das rochas, nas estruturas internas e na morfologia da caverna. A geomorfologia da região também está sendo destacada nas pesquisas, uma vez que ela também pode revelar dados importantes sobre o magmatismo ocorrido.
As pesquisas no local não se limitam somente ao estudo petrográfico da caverna, mas também ao estudo das formas de vida que habitam seu interior. O levantamento faunístico está sendo feito pelo estudante de biologia André Michalezyszyn, que busca com seus estudos levantar quais formas de vida se utilizam da caverna para sobreviverem, bem como o estudo florístico do seu entorno e inter-relações.
Esses estudos trazem avanços culturais, científicos e ambientais para o município de Palmital e região, contribuindo para o conhecimento da composição da estrutura geológica, assim como ressalta a importância de sua conservação definindo o local como área de proteção permanente. Para isso é necessária ética profissional da equipe científica envolvida e da comunidade que acompanha os avanços. Principalmente o respeito vindo da população em relação às visitas de turismo na Fazenda do Sr. Basilio Burei.
De acordo com Lucia Burei, filha e proprietária da Fazenda Casa de Pedra, após a divulgação do “tubo lávico” feita pela mídia, à fazenda têm sido rota de turismo. Lucia mencionou, “Nos últimos dias muitas pessoas vieram até a fazenda para visitar a caverna das reportagens, as visitas de turismo desrespeitam a privacidade e autoridade dos proprietários da fazenda”.
Por se tratar de uma área particular, os proprietários devem ser consultados com antecedência quanto ao interesse para visitar a caverna.
A área divulgada encontra-se cercada e com passagem proibida, com o intuito de evitar a entrada de pessoas desconhecidas que possam vir a depredar o ambiente comprometendo as diversas atividades realizadas na fazenda e no local da pesquisa.
Na última visita realizada ao local foi constatado que algumas pessoas têm praticado atos de vandalismo na formação. Lixo (latas de bebida e pacotes plásticos) e nomes de pessoas foram gravados nas rochas recentemente, isso demonstra a má conduta por parte dos visitantes.
A entrada de pessoas alheias à equipe de pesquisas compromete a integridade do local e os dados e evidências para o estudo da formação geológica. Além disso, a área é de risco podendo ocorrer um evento indesejado as pessoas que desconhecem os procedimentos de segurança para a interpretação do local.
O teto da caverna é irregular, evidenciando que eventualmente um bloco de rocha pode se soltar. Existem animais peçonhentos no interior e entorno da caverna sendo um risco de vida aos despreparados. Existem morcegos no interior da caverna, o que torna possível a contaminação com o vírus da raiva e outras doenças, entre outros fatores de risco para aqueles que se ariscam nesses locais com o mínimo de conhecimento e equipamentos.
A Prefeitura de Palmital firmou convênio com a Universidade Estadual do Centro Oeste (UNICENTRO), a fim de garantir que a região seja explorada cientificamente pelos alunos e profissionais da Universidade e da região. Portanto apenas os membros da equipe de pesquisa tem acesso ao local e permissão para pesquisar a área. Qualquer outra pessoa que viole a autoridade dos proprietários da fazenda e as cláusulas do contrato de pesquisa com a Universidade, será advertido e punido legalmente.
Por: André Michalezyszyn

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