Lei da conservação da massa (Lei de LEVOISIER)

"Na natureza nada se cria, nada se destrói, tudo se transforma" ANTOINE LAURENT LAVOISIER (1743 - 1794)

A expressão que o Sr. Herbert Spencer emprega "a persistência do mais apto", é a mais exata e algumas vezes mais cômoda. A Origem das Espécies - Charles Darwin ( 1809 - 1882)

“Nada em biologia faz sentido senão sob a luz da evolução”. Theodosius Dobzhansky (1900- 1975)

sábado, 17 de março de 2012

NOTA: CASA DE PEDRA: A CAVERNA DE BASALTO EM PALMITAL

A casa de Pedra:

Caverna intitulada “Casa da Pedra” foi descoberta pelo Sr. Basílio Burei há 60 anos quando este estava em caçada a uma vara de porcos selvagens na região do vale do rio Cantú, no município de Palmital, Paraná. Desde então, a caverna somente era utilizada como abrigo para animais selvagens e, por vezes, para abrigar caprinos das propriedades adjacentes.
Ocorreu que o sobrinho de seu Basílio, Miguel Burei Sobrinho, secretário do meio ambiente do município de Palmital, publicou em seu blog fotos dessa caverna, classificando-a como a primeira caverna de topo reconhecida no Paraná, assim descrita por estar localizada no topo de um morro em altitude superior a 750 metros.

  Uma caverna de basalto, seria um conduto vulcânico?

Após a publicação das fotos no blog “Olho Aberto Paraná” o aluno do 2o ano de bacharel em Geografia da UNICENTRO (Guarapuava), Geovane Ricardo Calixto orientado pela Profa. Dra. Gisele Pietrobelli, reconheceu pelas fotos postadas pelo Miguel Burei em seu blog que essa feição se tratava de um raro tipo de caverna no Brasil, uma vez que tratava-se de uma caverna no basalto.  Logo, surgiu a hipótese: Seria o conduto por onde as lavas extravasaram?
A partir de então Geovane começou a entrar em contato com Miguel para marcar visitas ao local e fazer o reconhecimento em campo desta que poderia ser uma prova muito importante, podendo inclusive, esclarecer melhor a forma de extravasamento das lavas do evento vulcânico responsável pela presença das rochas magmáticas da região.

As geologia da área de estudo

As rochas encontradas na área datam da Era em que os dinossauros ainda habitavam o nosso planeta, a Era Mesozóica e são a prova do maior evento vulcânico já ocorrido em nosso planeta.  Na literatura são descritas como Formação Serra Geral da Bacia do Paraná. Rochas pertinentes a esta Formação recobrem parte do Centro Sul do Brasil até o Norte do Uruguai, Nordeste da Argentina e Leste do Paraguai.
E mais, o processo de extravasamento destas lavas não foi desvendando de forma precisa ainda. O que torna extremamente relevante a busca por evidências. Seria esta caverna uma  dessas evidências?

A visita

Após contato com Miguel, Geovane convidou os pesquisadores e amigos doutorandos em Geografia da UFSC, Wellington Barbosa da Silva e Eliza do Belém Tratz, para que fosse feito um trabalho de campo para reconhecimento e identificação de que tipo de feição se tratava. Ali todas as hipóteses sobre a formação dessa caverna foram levantadas, sendo a mais relevante de que a feição se trata de um tubo de lavas, resultantes de derrames de inflação como os que ocorrem ainda hoje no Hawai, já descritos no Paraná por Waichel (2005 2006).

O trabalho dos pesquisadores

Para que uma hipótese possa ser confirmada é preciso realização de trabalhos de campo e interpretações cautelosas em laboratório. É um trabalho que exige horas de dedicação e estudo. Sendo assim, o grupo comprometeu-se com essas análises e interpretações e com  o auxílio do secretário de meio ambiente, Miguel Burei, os trabalhos foram iniciados no dia 20 de fevereiro de 2012. A partir desta data foram feitas coletas de amostras de rocha, levantamento da topografia do ambiente. Ainda vem sendo realizados estudos da estrutura do derrames que compõe o ambiente interno e externo da caverna.

O convênio firmado para estudos

Dessa forma, a Prefeitura de Palmital firmou convênio com a Universidade Estadual do Centro Oeste (UNICENTRO), a fim de garantir que a região será explorada cientificamente pelos alunos e profissionais da Universidade, sendo que, os resultados da pesquisa ficarão a disposição da prefeitura do município para utilização em projetos de desenvolvimento da região.

Os resultados

Os dados preliminares sugerem de fato que a caverna se trata de um tubo de lavas, formado quando material magmático solidifica-se formando uma crosta em superfície. Por baixo desta crosta a lava continua a correr originando canais de lava (tubos). Isso indica a possibilidade de que a Gruta Cantu seja um tubo de lava ainda preservado.  Se confirmado, o primeiro tubo de lava reconhecido no Brasil, até então se julgava improvável a descoberta de feições como estas ainda preservadas. No entanto, é preciso a realização de mais análises. Precisamos provar cientificamente a origem desta caverna, por isso tantos pesquisadores  envolvidos no trabalho.

Os pesquisadores

Hoje a área conta com o apoio dos seguintes pesquisadores:
Coordenação: Prof. Dra Gisele Pietrobelli 

Geógrafa - Professora adjunta ao departamento de Geografia da UNICENTRO - Coordenadora da pesquisa em Estudos Subterrâneos -Guarapuava.

Pesquisadores envolvidos:

Breno Leitão Waichel – Professor  doutor de Geologia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Edison Ramos Tomazzoli – Professor doutor do Programa de Pós Graduação em Geografia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e professor adjunto do departamento de Geologia  (UFSC).

Eliza Tratz - Geógrafa e doutoranda do Programa de Pós Graduação em Geografia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) na linha  de pesquisa: processos geológicos/geomorfológicos.

Geovane Ricardo Calixto, graduando do curso de Geografia Bacharelado da UNICENTRO – Guarapuava – Responsável pela área em questão.

Rafael A. de Castro graduando do curso de Geografia Bacharelado da UNICENTRO – Guarapuava.

Rodrigo Mathias graduando do curso de Geografia Licenciatura da UNICENTRO – Guarapuava.

Wellington Barbosa da Silva, Doutorando do Programa de Pós Graduação em Geografia da Universidade Federal de Santa Catarina na linha de pesquisa processos geológicos/geomorfológicos (UFSC).

Importante frisar que a área encontra-se cercada, com o intuito de evitar a entrada de animais e curiosos que possam vir a depredar o ambiente comprometendo o meio ambiente local e dados da pesquisa. 

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