CAIU O MITO DE QUE
OS ALIMENTOS TRANSGÉNICOS SÃO SEGUROS
|
DARCY ROGÉRIO BAZZO
- BIÓLOGO
|
Publicação científica comprova exatamente o contrário sobre a segurança dos organismos geneticamente modificados.
O artigo científico* publicado na
respeitada revista Biotechnology and Genetic Engineering Reviews deita por
terra as afirmações de que os alimentos e culturas transgênicas são
cuidadosamente testados, e que só são liberados para o consumo humano apenas
quando há garantias de que sejam totalmente seguros. A publicação na revista é pormenorizada e
meticulosamente documentada com cerca de uma centena de referências,
demonstra como o milho MON810 da Monsanto (modificado para resistir a certos
insetos) foi comercializado nos Estados Unidos da América a partir de 1996
com base em dados experimentais incompletos, errados e até manipulados. Em
particular, as provas de que este milho geneticamente modificado podia causar
alergias alimentares foram ignoradas pela administração americana. A investigação
dos dois autores** expõe falhas de fundo no modo como o governo federal dos
EUA regulamenta as plantas geneticamente modificadas (GM) e levanta questões
sérias acerca da segurança dos alimentos GM agora vendidos por todo o mundo.
Um exemplo dessas falhas, entre muitos apontados: a Environmental Protection
Agency (EPA, equivalente ao nosso Ministério do Meio Ambiente) simplesmente
optou por ignorar um estudo realizado por um cientista da Food and Drug
Administration (FDA, a agência de segurança alimentar), tendo em vez disso
solicitado às empresas em causa (Monsanto e Novartis/Syngenta) que
reescrevessem essa mesma análise - obviamente com uma conclusão mais
favorável. Noutras instâncias, em que os dados de cientistas independentes se
revelaram dissonantes dos apresentados pelas empresas, eles foram
simplesmente ignorados.
Ainda mais grave é o fato de a FDA
não exigir às empresas que conduzam quaisquer testes na área da segurança
alimentar de transgênicos. Qualquer empresa pode colocar um alimento GM no
mercado sem passar por um processo de autorização governamental: o FDA sugere
(!) apenas que as empresas consultem este organismo. Este processo de
'consulta voluntária' não obriga as empresas a responder às questões que o
FDA possa levantar e, no final, o FDA não dá nenhum selo de aprovação ou de
segurança ao alimento GM - qualquer questão de segurança alimentar terá de
ser diretamente tratada entre a empresa e eventuais lesados.
De notar que os EUA são o maior
exportador mundial de OGM, sendo responsáveis por 63% do total de OGM
cultivados anualmente. Cerca de um terço de todo o milho produzido em solo
americano é já geneticamente modificado, estando também presente, como
contaminante, na quase totalidade dos lotes dos restantes dois terços.
O milho MON 810 circula desde 1998
na União Européia, após um processo de aprovação baseado essencialmente nos
mesmos (maus) estudos que fizeram fé nos EUA e foram produzidas pela própria
Monsanto, precisamente as empresas que tinha a ganhar com a autorização.
Particularmente danoso é o fato de a Comissão ter dado, no passado mês de
Setembro, luz verde ao cultivo geral de milho transgênico em toda a União Européia,
já a partir de 2005, dando a sua primeira autorização ao... milho MON810.
Face às fragilidades evidentes desta variedade transgênica no tocante às suas
implicações alimentares e ecológicas, impõe-se a tomada de medidas imediatas.
A Plataforma Transgênicos Fora do Prato já enviou um alerta à Comissão Européia
(DG Ambiente, DG SANCO e DG AGRI) e ao governo português (Ministérios do
Ambiente, da Saúde e da Agricultura) com vista a que sejam imediatamente
congelados quaisquer processos de autorização de cultivo deste milho em
Portugal e na União Européia, e que seja suspensa à circulação, para fins de
alimentação humana e animal, de matérias primas e produtos que contenham
derivados deste OGM (tal como, aliás, está previsto e é obrigatório segundo
os artigos 34º do Regulamento (CE) 1829/2003 sobre gêneros alimentícios e
alimentos para animais geneticamente modificados e 20º da Diretiva 2001/18/CE
relativa à libertação deliberada no ambiente de organismos geneticamente
modificados, transposto pelo artigo 23º do Decreto-Lei 72/2003 de 10 de
Abril). Qualquer outra atitude, mais displicente, das autoridades
competentes, colocará em perigo a população e ecossistemas europeus e não
será aceitável.
* O artigo tem por
título "Safety Testing and Regulation of Genetically Engineered
Foods" e foi publicado no volume 21 da revista científica
"Biotechnology and Genetic Engineering Reviews" a 16 de Novembro de
2004. Os seus autores são os doutores David Schubert e William Freese. Uma
versão eletrônica do texto completo pode ser solicitada à Plataforma Transgênicos
Fora do Prato através do e-mail: info@stopogm.net
** - O contacto direto com os dois autores do estudo é possível através dos endereços: schubert@salk.edu (David Schubert) e billfreese@prodigy.net (William Freese).
A Plataforma 'Transgênicos Fora do Prato' é uma estrutura integrada por oito
entidades não-governamentais da área do ambiente e agricultura (Agrobio,
Biocoop, Fapas, Gaia, Geota, Liga para a Proteção da Natureza, Liga
Portuguesa dos Direitos do Animal e Quercus) e apoiada por dezenas de outras.
Para mais informações contatar info@stopogm.net
|
Lei da conservação da massa (Lei de LEVOISIER)
"Na natureza nada se cria, nada se destrói, tudo se transforma" ANTOINE LAURENT LAVOISIER (1743 - 1794)
A expressão que o Sr. Herbert Spencer emprega "a persistência do mais apto", é a mais exata e algumas vezes mais cômoda. A Origem das Espécies - Charles Darwin ( 1809 - 1882)
“Nada em biologia faz sentido senão sob a luz da evolução”. Theodosius Dobzhansky (1900- 1975)
A expressão que o Sr. Herbert Spencer emprega "a persistência do mais apto", é a mais exata e algumas vezes mais cômoda. A Origem das Espécies - Charles Darwin ( 1809 - 1882)
“Nada em biologia faz sentido senão sob a luz da evolução”. Theodosius Dobzhansky (1900- 1975)
terça-feira, 20 de setembro de 2011
TRANSGENICOS
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário